domingo, 16 de novembro de 2014

Estátua homenageando Federico García Lorca


Estátua homenageando Federico García Lorca na Plaza de Santa Ana, em Madrid, por Julio López Hernández.

Pablo Picasso - Guernica


     Um dos quadros que melhor transmite todo o desespero advindo da guerra é o intemporal Guernica de Pablo Picasso, fazendo plena justiça à expressão "uma imagem vale por mil palavras". No início de mais um ano, quase no fim do milénio, aqui neste cantinho do Mundo Ocidental, é tempo de pensar no outro Mundo, cujos povos vivem em palco de guerra, e para os quais nada resta senão esperar por dias de paz.

Praça das Guianas - Monumento homenagem à Federico Garcia Lorca


A escultura em homenagem ao escritor espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936), assassinado pelas tropas franquistas durante a Guerra Civil Espanhola, é a única obra do artista Flávio de Carvalho em logradouro público.

Ernest Hemingway - Por Quem os Sinos Dobram

     Por quem os sinos dobram (em inglês For Whom the Bell Tolls) é um romance de 1940 escrito por Ernest Hemingway.

     O livro narra a história de Robert Jordan, um jovem norte-americano das Brigadas Internacionais. Um perito no uso de explosivos, Jordan recebe a missão de explodir uma ponte por ocasião de um ataque simultâneo à cidade de Segóvia. Hemingway usa como referência sua experiência pessoal como partipante voluntário da Guerra Civil Espanhola ao lado dos republicanos e faz uma análise ácida, com críticas à atuação extremamente violenta das tropas franquistas auxiliadas pelo governo fascista italiano e nazista alemão. Critica também a passividade da comunidade internacional diante do conflito, além desorganização da própria esquerda.

     Foi filmado em 1943 tendo nos papéis principais os astros da época Gary Cooper e Ingrid Bergman, com uma cena famosa na qual o casal usa um mesmo saco de dormir.

O que foi a Guerra Civil Espanhola?


Conflito gerado pela insatisfação do povo

A Espanha era uma monarquia de pouco desenvolvimento industrial e politicamente confusa, pois haviam socialistas, comunistas e anarquistas opondo a monarquia. Os socialistas queriam melhores condições de vida, os comunistas queriam superar o Estado e tomar o poder pela força e os anarquistas queriam extinguir o Estado e criar comunidades independentes

Em 1923, foi implantada a ditadura no país, mas esta foi questionada pela população até que em 1930, este governo foi abandonado. Em 1931, Niceto Alcalá Zamora e Manuel Azána sobem ao poder e estabelecem o direito do voto, a autonomia administrativa das regiões e a realização da reforma agrária. Em 1932, tais ordens foram revogadas e os militares passaram a exigir o retorno da monarquia.

Em 1936, Manuel Azána torna-se presidente do país e alguns militares descontentes com seu governo decidem iniciar um golpe militar para afastá-lo da presidência. Quem assume o poder é o general Francisco Franco que findou a República Socialista. Sabendo dos possíveis contra ataques, os partidos de esquerda, apoiados pela Igreja e pelos monarquistas organizados na Falange, recebem dinheiro para equipamentos, formando a Frente Popular. Franco, juntamente com republicanos, socialistas e comunistas, pede ajuda a Adolf Hitler e Benito Mussoline.

Em outubro de 1936, Madri é bombardeada por rebeldes auxiliados pela Itália e Alemanha e posteriormente, mais precisamente no mês seguinte, houve outro ataque comandado por Franco. Franco assumiu o poder de Madri até que em 1939 foi tomada pelos nacionalistas falangistas.

Em 1937, Guernica foi brutalmente atacada e destruída. No início de 1938, os falangistas já dominados por Franco, dominavam grande território da Espanha, mas Stalin ao ver o grande avanço dos republicanos, se aliou a Hitler e este se retirou, juntamente com suas tropas, do país.

Em 1939, a Frente Popular é derrotada, deixando os republicanos, que já se encontravam exaustos, desgastados e famintos, sem condições de continuar a guerra. Franco celebrou sua vitória. O fascismo ditatorial de Franco durou 36 anos, até sua morte.

Pouco depois, em 01 de setembro inicia-se a Segunda Guerra Mundial, após seis meses de guerra, a Espanha entra no combate.

Federico Garcia Lorca


Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 — Granada, 19 de agosto de 1936)foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola.



Biografia


Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transfere-se para Madri, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas.

Grande parte dos seus primeiros trabalhos se baseiam em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928)

Concluído o curso, foi para os Estados Unidos da América e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi estadunidense. Expressou seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.

Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava suas idéias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que, sob forte influência católica, ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.

Intimidado, Lorca retornou para Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar um refúgio. Ali, porém, teve sua prisão determinada por um deputado católico, sob o argumento (que tornou-se célebre) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".
Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e seu corpo foi jogado num ponto da Serra Nevada. A caneta se calava, mas a Poesia nascia para a eternidade - e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta... foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.



Exílio na morte


Casa de Lorca em Fuente Vaqueros.Assim como muitos artistas - e a obra Guernica, de Pablo Picasso -, durante o longo regime ditatorial do Generalíssimo Franco, suas obras foram consideradas clandestinas na Espanha.

Com o fim do regime, e a volta do país à democracia, finalmente sua terra natal veio a render-lhe homenagens, sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes

Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como "geração de 27", alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. Sua música se reflete no ritmo e sonoridade de sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram sua posição como grande dramaturgo.



Bibliografia

Em sua curta existência, García Lorca deixou importantes obras-primas da literatura, muitas delas publicadas postumamente, dentre as quais:

Poesia

Livro de Poemas - 1921
Ode a Salvador Dalí - 1926.
Canciones (1921-24) - 1927.
Romancero gitano (1924-27) - 1928.
Poema del cante jondo (1921-22) - 1931.
Ode a Walt Whitman - 1933.
Canto a Ignacio Sánchez Mejías - 1935.
Seis poemas galegos - 1935.
Primeiras canções (1922) - 1936.
Poeta em Nueva York (1929-30) - 1940.
Divã do Tamarit - 1940.
Sonetos del Amor Oscuro - 1936

Prosa

Impressões e Paisagens - 1918
Desenhos (publicados em Madri) - 1949
Cartas aos Amigos - 1950

Teatro

Assim que passarem cinco anos - Lenda do tempo - 1931.
Retábulo de Don Cristóvão e D.Rosita - 1931.
Amores de Dom Perlimplim e Belisa em seu jardim" - 1926.
Mariana Piñeda - 1925.
Dona Rosinha, a solteira - 1927.
Bodas de Sangue (Trilogia) - 1933.
Yerma (Trilogia) - 1934.
A Casa de Bernarda Alba (Trilogia) - 1936.
Quimera - 1930. El Publico - 1936

Poesias de Federico García Lorca